sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O Ensino dos Mestres Maçons

O primeiro princípio do Aprendiz Maçom, que avidamente procura conhecer o verdadeiro caminho, deverá ser o de reter na sua mente, que o Mestre Maçom NADA lhe poderá ensinar. Aquele, subtilmente, apenas lhe demonstrará com metáforas e insinuações, como deverá aperfeiçoar os seus instrumentos de captação do conhecimento e do saber profundo. E para tal, o Mestre Maçom sempre estará disponível para o ajudar, e para o encorajar em todo o seu lento processo de aprendizagem.

Em suma, o Mestre Maçom nunca transmite o conhecimento ao seu Aprendiz, apenas lhe mostra como por si próprio o poderá adquirir. Da mesma forma, o Mestre Maçom não mostra o conhecimento que está enclausurado no seu Templo Corpo, apenas aconselhará ao Aprendiz quais são os melhores planos arquitectónicos para a construção do seu Templo.

Boas Vindas ao Novo Mestre Maçom

O que é a vida? O que é a morte? Somente aquele que foi iniciado na real arte poderá saber responder a estas interrogações, dado que rasgou o véu da morte, e com este acto, obteve o conhecimento da sua condição de imortal. Pelo que conscientemente passou a procurar conquistar a eternidade com a procura sistemática da luz que alumia o Bom Caminho e o Bom Combate.

O nosso maior inimigo somos nós próprios. Por conseguinte se tivermos a coragem de nos enfrentarmos e de nos conhecermos a nós próprios, obteremos a chave que abre o portal que nos dará acesso a um novo ciclo de Luz. Porém, é com o conhecimento de ser transitório desprendimento dos bens terrenos que nos darão a determinação necessária para percorrer o Caminho que nos conduzirá à câmara seguinte, onde um novo ciclo terá início. Condição necessária para se sentir um verdadeiro deus em potência e em acção. Pois, passou a conhecer o seu Eu, e o seu não eu. Passou a conhecer a sua personalidade, e a sua individualidade. E tanto mais, que o termo “personalidade” deriva de “persona”, que no latim significa máscara, parte exterior, ou seja, o não eu, que cobre o verdadeiro Eu do homem imortal. Essa casca que nasce, que morre, e que regenera o verdadeiro Eu, a individualidade. O verdadeiro ser, ou o principio indivisível da vida Universal. É o eterno, sempre permanente e imortal a morar no nosso espírito, que para além de todas as mudanças exteriores da personalidade teima em persistir e nele habitar. Quando morre o não eu, com suas utopias, os seus sonhos, e as suas ilusões, renasce a compreensão e a consciência intima com a verdadeira realidade, a qual, por sua vez, forma o verdadeiro Mestre Maçom, aquele que sabe resolver o mistério da vida e da morte.

Meu Irmão, para hoje seres um Mestre Maçom, foste obrigado a realizar sete viagens, e dessas sete viagens que fizeste, a tua terceira viagem foi a mais misteriosa, pois, obrigou-te a passar sobre a morte, e a viveres a morte em si mesmo. Porém, essa tua terceira viagem mostrou-te como a tua mente deve praticar a retrospecção e a meditação, a fim de poderes atravessar a escuridão dos mistérios e dos segredos da vida. E para isso, caminhaste do Ocidente para o Oriente até chegares ao teu Eu superior, e entrares na Câmara do Meio, que é o teu coração, onde se realiza a unidade com o intimo e onde são filtrados os teus actos. Na verdade, quando o teu espirito entra no santuário do teu coração, ficas completamente liberto da ignorância, do fanatismo e da ambição. Na Câmara do Meio transformas-te num verdadeiro Mestre, super consciente e muito sábio. Logo é local onde te transformas num deus em potência e em acção. Em suma, aquela tua terceira viagem, teve como objectivo, saberes vencer a ignorância, as paixões do fanatismo, a ambição desenfreada e o egoísmo que caracteriza o homem comum. E com ela, renascestes numa nova vida de regeneração e de perfeição.

Depois destas singelas e breves palavras, resta-me desejar-te as boas vindas a esta respeitável Loja. E desejar-te que continues a construir a obra perfeita: por onde possa brilhar imaculada a Luz do conhecimento; por onde possa triunfar a Liberdade do teu espírito; e por onde possa reinar a paz no teu coração. Valores que se transmutarão na mente dos homens que venham a interceptar e a cruzar com o teu caminho. Sede bem vindo à nossa Respeitável Loja.

Mensagem dos Sacerdotes do Antigo Egipto

Meu Irmão, no antigo Egipto, muitos séculos antes do nascimento de Jesus, os sacerdotes proferiam ao neófito que tivesse passado pelas duras provas da Iniciação e que através delas se tivesse tornado Aprendiz: “TU ÉS A LUZ. DEIXA A LUZ BRILHAR!” Através desta misteriosa e mágica expressão, aqueles sacerdotes queriam dizer que o Homem que fora resgatado ao mundo das trevas espirituais e que fora purificado pela água e pelo fogo, encontrava-se num plano onde deveria expressar a Luz do Ser Cósmico, da qual, ele, Aprendiz, era um veículo assim como Toth, o Hermes helenizado, o fora. Pelas sábias palavras desses sacerdotes do antigo Egipto, atrevo-me a parafraseá-los ao dizer-te: meu Irmão: “TU ÉS A LUZ. DEIXA A LUZ BRILHAR!”

Para nós, maçons, a Luz para além de simbolizar o conhecimento, simboliza também a fonte da Vida Universal. Logo, acreditamos que se estiveres investido com a Luz da Sabedoria, tornar-te-ás num mestre na arte de investigar, um perito a analisar e um sábio a aprender. Por outro lado, sendo a Maçonaria a arte suprema da vida, dado que ela é a arte de fazer do nosso próprio espírito a morada do Eterno, irás arduamente trabalhar a “Pedra Bruta”, uma vez que cada pedra destinada ao Templo da Sabedoria, somente por ti será desbastada, esquadriada, polida e transmutada na “Pedra Cúbica” da perfeição.

À momentos, fora anunciado ao Venerável que cumpriste o teu primeiro trabalho de Aprendiz, e na certa que interrogaste o teu Eu superior. Mas afinal, em Maçonaria, qual será o trabalho do Aprendiz? Meu Irmão! Em Maçonaria como em qualquer outra arte, o trabalho do Aprendiz, é o de aprender com os Mestres, os quais, subtilmente te ajudarão a dares os teus primeiros passos regulares no caminho que te conduzirá à Luz do Grande Arquitecto do Universo e por conseguinte, ajudar-te-ão também a atingires o plano espiritual onde está construído o mais perfeito e o mais belo de todos os Templos.

Num antigo ritual maçónico, perguntava-se ao Irmão Maçom: “DE ONDE VINDES COMO MAÇOM? DO OCIDENTE! E PARA ONDE VOS DIRIGÍS? PARA O ORIENTE! E O QUE VOS INDUZIU A DEIXAR O OCIDENTE E DIRIGIR-VOS PARA O ORIENTE? BUSCAR UM MESTRE E DELE OBTER INSTRUÇÃO!”. Ora, em Maçonaria irás aprender que tanto os Rituais maçónicos, como o seu rico e variado Simbolismo, apesar de terem muitas leituras, de harmonia com o grau de conhecimento de quem o interpreta, têm dentro de si um sentido e um conceito muito concreto e muito preciso. Pelo que seguindo esta antiga fórmula maçónica, é aos Mestres que te deves dirigir, para te colocares sob as luzes da sua experiência e do seu muito saber. E tanto mais, que a autoridade do Mestre Maçom está em ele se tornar para o Aprendiz no seu Guia, na sua Luz e no seu Apoio. E todos os Mestres procuram essa autoridade e essa visibilidade. Pois, na verdade, tal como a obra reflecte o seu construtor, o Aprendiz reflecte o seu Mestre. Contudo, o Mestre Maçom nada de explicito te poderá ensinar, apenas subtilmente te demonstrará como deves aperfeiçoar os teus instrumentos de obtenção do conhecimento e do saber profundo. E para tal, o Mestre Maçom estará sempre disponível para te ajudar, e para te encorajar em todo o teu processo de aprendizagem. Por outro lado, ele também não te poderá mostrar o conhecimento que está enclausurado no seu Templo Corpo. No entanto, através de metáforas e algumas alegorias, apenas te aconselhará quais são os melhores planos arquitectónicos para a construção do teu Templo Interno.

Agora que estás prestes a iniciar a caminhada que te levará aos planos mais puros e sublimes do espírito, na qualidade de Mestre Maçom, aproveito a oportunidade para te dar a primeira lição maçónica, para a qual, muito deverás reflectir: “Aprende a Praticar o Bem, Purifica o teu Coração, e Nada Faças Sem que por este Seja Filtrado”. Se assim o fizerdes, estás desde logo a contribuir para um maior fortalecimento da Fraternidade Maçónica, e em particular, para o teu próprio bem-estar.

Em suma, meu Irmão, deves empreender todos os esforços para que sejas capaz de receber e de reflectir a luz. De igual modo, deves cristalizar a certeza que a tua vida e todas as tuas vidas já por ti vividas são uma só. Deves ainda comungar a ideia de que ninguém vive só para si, uma vez que todo o Homem fora concebido pelo Grande Arquitecto do Universo para os demais, e dependente dos demais.

Por tudo o que já te aconselhei e disse, já te apercebeste quanta responsabilidade te recai sobre os ombros ao te tornares maçom. No entanto, no sentido mais amplo do termo, estás ainda no estado de “Pedra Bruta”, mas, pelo facto de vires até nós pedires que te dei-mos a luz, trazes já dentro de ti o esboço da “Pedra Polida e Angular” sobre a qual se edificará o Homem Livre e sem preconceitos. Sendo assim, ainda te aconselho: para além de reflectires na primeira lição que te dei, deves reflectir também, porque está neste mundo. Provavelmente, chegarás à conclusão que estás nele porque essa tem sido a vontade do Grande Arquitecto do Universo, pois se assim o não fosse, já nele não estarias.
Mas, meu Irmão, se o Grande Arquitecto do Universo te conduziu até nós, é por certo, para seres um Obreiro do Seu Templo, o qual, será a morada da Fraternidade Eterna, por isso, aproveita todo o nosso hermético e milenar saber. E para que estejas apto para a árdua tarefa que te espera, tens à tua disposição: o Esquadro, o Compasso, o Maço, e o Cinzel, como tens também ao teu dispor a nossa milenar sabedoria que te ajudará a realizar essa grande obra. Pois, com o Esquadro, terás a Virtude e a Rectidão; Com o Compasso, terás a Lógica e a Justiça; com o Cinzel, sentirás e Dominarás a obra; e com o Maço, agirás com Perfeição e com Determinação. Assim, com o sábio emprego desses instrumentos de trabalho, que são uma representação simbólica da ordem e das forças inerentes à obra da Criação, atingirás um dia o estágio da “Pedra Polida”, pronta para o uso do Homem liberto das paixões, dos vícios e dos preconceitos.

Por último, informo-te que deves encarar os nossos rituais e o nosso simbolismo como um meio e nunca um fim em si mesmo, para que não te tornes um mero repetidor de toques, sinais e palavras, mas sim, um digno aspirante à Luz, de onde viestes e com a qual um dia, num dos muitos caminhos do Tempo, te fundirás. Finalmente, como verdadeiro Maçom, deves ainda manter os olhos espirituais para além das colunas deste Templo, sempre voltados para os níveis superiores onde domina a Verdade e a Rectidão, valores onde todo o Obreiro Livre anseia repousar ao terminar o seu último trabalho.

A INICIAÇÃO

Numa noite já longínqua, iniciei uma viagem para qual não tinha nenhum conhecimento, com uma venda nos olhos, estava na total escuridão.

Sou deixado nem nu, nem vestido, para ser conduzido a uma Câmara de Reflexões, onde a minha coragem foi posta à prova, ao fazer o meu testamento.

Recordo, que depois fiz três viagens do Ocidente ao Oriente e do Oriente ao Ocidente, sempre amparado por uma mão amiga.

Na primeira, caminhei por um caminho escabroso envolto em ruídos e trovões, que reflectia a torbulência da vida humana;

Na segunda, caminhei por um caminho menos difícil, onde ouvi o choque de armas, que me fez antever os combates que iria travar para vencer as minhas paixões;

Na terceira, caminhei por um caminho suave, envolto em silêncio, que me incutiu que o que era importante na minha vida estava dentro de mim, uma vez que tudo o que era exterior só tem valor na medida em que se repercuta positivamente no interior de cada um de nós.

Depois, fui purificado pelo pelo ar, fiz uma ablução e fui purificado pelo fogo.

Seguiram-se dois juramentos, o primeiro com a Taça Sagrada, símbolo da vida humana e o segundo sobre o livro da Lei Sagrada, símbolo da Divindade.

A seguir foi-me dado a escolher entre a Virtude ou Vício: escolhi a Virtude e, passei logo a sentir a transformação de amigos em irmãos. Por outro lado, a luz que comecei a conhecer e para a qual ainda hoje trilho, como um inseto notctívogo: procura a Justiça, a Fraternidade e a Força do Bem! Numa caminhada que procura ser eterna, em direcção às muitas vidas que me esperam, até me transformar na própria Luz da Eternidade.

Iniciação Simbólica

É através da Iniciação Simbólica, que a Maçonaria incute ao Iniciado os meios considerados indispensáveis para a iluminação do seu interior. A Luz que lhe irá proporcionar conhecer a verdade divina, a Verdade de Deus, a qual constitui o objectivo primordial de todo o ensino maçónico. Por outras palavras, o método iniciático consiste em criar nos discípulos uma iluminação intelectual, essencialmente intuitiva, cuja acção polarizadora permite estabelecer, paulatinamente, uma relação adequada entre a figura e a ideia, ao mesmo tempo que o Iniciado descobre a unidade que os transcende, fazendo com que passe do conhecido ao desconhecido, do visível ao invisível, do finito ao infinito.

O objectivo de toda a Iniciação é elevar o conhecimento humano até aos níveis mais altos do saber. Todavia, não é possível alcançar um nível mais alto do que aquele em que o Ser Humano se funde na consciência Divina e sabe tanto quanto Deus. Na verdade, será neste estado da evolução Humana que a Maçonaria, como sistema sacramental atingirá o seu auge. Contudo, para que o Homem alcance esse patamar de desenvolvimento terá nível envolve como requisito preliminar a total abnegação, renúncia e renovação da natureza original duma pessoa a capitulação aos desejostendencias e preconceitos inatos e om abandono e anulação da vontade própria por meio duma disciplina e abnegação habituais e uma oposição gradual mas vigorosa a todas estas, que irá atrofiálas progressivamente até ao seu desaparecimento. Aquele que ama a sua vida perde-la-á e aquele que odeia a sua vida neste mundo, mante-laá até á vida eterna.

Na verdade, os graus maçónicos são simplesmente os degraus do conhecimento a ser alcançado pelo Iniciado. A razão de ser destes graus é, pois, não somente um ajudar a descobrir a iluminação interior, mas ainda, como consequência natural, em transformar o Maçom em cidadão consciente, disciplinado e cumpridor de seus deveres, uma pedra polida para ser utilizada na construção do Templo ideal da Humanidade.

O Ensino Iniciático da Maçonaria

“Vai, não deixes que reine na tua alma a ideia de que a verdade é o que dizes, e nada mais. As pessoas que imaginam só elas terem razão e possuírem ideias ou palavras desconhecidas dos outros, essas pessoas, abre-as: nelas só encontrarás vazio. Para um homem, mesmo para um sábio, instruir-se sem cessar nada tem de vergonhoso. E também não é vergonhoso deixar de se obstinar”.
Sófocles, Grécia antiga, Antigona, 441 a. C

Como sociedade iniciática e secreta, a Maçonaria adopta para o ensino das suas doutrinas e práticas filosóficas, um método muito diferente daquele que geralmente é usado pelos demais agrupamentos espirituais, bem como pelas escolas de ciência clássica e saberes tradicionais, uma vez que o seu método de ensino consiste na interpretação intuitiva dos seus símbolos.

Na verdade, é um método único, que dispensa magistérios e outras formas tradicionais de ensino. Todavia, sendo um método eminentemente autodidáctico, o Maçom só adquire o conhecimento maçónico, que for capaz de captar através das suas pesquisas, das suas investigações e dos seus estudos. Contudo, é através da leitura, da reflexão e do são convívio, concomitante de aluno e professor, que o Iniciado alcança os indispensáveis conhecimentos que lhe permitirão interpretar os segredos da Natureza e da Vida, que lhe possibilitarão aprimorar a mente, melhorar o seu intelecto, e aperfeiçoar a sua personalidade.

Porém, a tarefa não se apresenta fácil, uma vez que o mesmo símbolo, para além de permitir a evolução nos vários graus do conhecimento maçónico, poderá também ser entendido de maneiras muito diferentes em cada um destes. Aliás, se um símbolo admitisse apenas uma única interpretação, este não seria um verdadeiro símbolo.

Por outro lado, para além da interpretação dos símbolos ser pessoal, e estes terem significados próprios em cada comunidade filosófica que os adopta, podem ainda ter muitas interpretações, sendo por isso considerados chaves esotéricas, as quais variam de acordo com as organizações que os utilizam.

Na verdade, na vida tudo poderá ser um símbolo, e descobri-los torna-nos mais pensantes, mais livres e mais sábios. Pelo que podemos considerar que a interpretação dos símbolos é o Inefável Segredo do verdadeiro Maçom.

Em suma, a instrução de qualquer Maçom só poderá depender do fruto que este colhe, que embora pareça ser uma tarefa fácil, uma vez que tudo poderá ser um bom material de construção para a edificação do seu Templo da Sabedoria, no entanto, porque a procura dos melhores materiais de construção terá que ser criteriosa e selectiva, para que o Templo Interno a edificar seja forte, belo e perfeito, a tarefa não se apresenta nada fácil.

Por outro lado, semelhante sistema de instrução impede que o Mestre Maçom nada de explicito possa ensinar ao neófito, para além de subtilmente lhe demonstrar como poderá aperfeiçoar os seus instrumentos de obtenção e captação do saber místico e filosófico.

Assim, o processo de ensino maçónico distingue os seus discípulos dos demais, porque lentamente, os transformará em pesquisadores solitários, que não conhecem nem lhe é permitido o conformismo espiritual, o que os conduzirá a considerar, que tudo o que a imperceptível voz do seu coração rejeite, não existirá para estes. E tanto mais, que o verdadeiro Maçom sabe que a Verdade em que se crê hoje, pode não ser a Verdade de amanhã.

O Tesouro Maçónico

A Maçonaria é uma Instituição Hermética, cujo segredo maçónico nunca será violado ou traído, pelo maçom, que o busca para o usar construtivamente, com sinceridade e fervor, com absoluta lealdade, firmeza e perseverança para o aperfeiçoamento do seu comportamento social.

A Maçonaria só e apenas se revela aos seus adeptos, os quais, são somente aqueles que a ela se entregam por inteiro, sem qualquer reserva mental, para se tornarem verdadeiros maçons, que afinal de contas, são estes os verdadeiros obreiros Iluminados pela Inteligência Construtora do Universo, aos quais se manifesta na sua mente a verdadeira Luz que ilumina, todos os seus pensamentos, e todas as suas palavras, actos e obras.

O verdadeiro maçom não se deixa vencer pelo desânimo e pela decepção. Mas, aqueles que forem atingidos por esta teia do mal, como também aqueles que ingressaram na Maçonaria com um espírito superficial e interesseiro, deixarão de conhecer aquilo que a Ordem encerra, e que é e será ministério no exterior, pois estes deixarão de conhecer o seu real propósito e a Força Espiritual oculta que no interior anima a Ordem e é o seu tesouro.

Em face do exposto, o tesouro da Maçonaria não está acessível ao profano, este encontra-se escondido profundamente nas entranhas da sabedoria. Só escavando por baixo da aparência e do orgulho, o poderemos encontrar. Quem passa por esta Instituição como se fosse por um qualquer clube profano, nunca a poderá verdadeiramente a conhecer; somente aqueles que nela permanecem por muito tempo, com a sua fé inalterada, esforçando-se sempre por se tornar um verdadeiro maçom e reconhecendo o privilégio desta qualidade, ela revelará o seu tesouro oculto.

Com este ponto de vista sobre a nossa secular Ordem, os meus Irmãos podem apreciar quanto ainda me falta caminhar, mas sei que sou um aprendiz, e sei também, que continuaremos por toda a nossa vida a ser aprendizes independentemente dos graus alcançados nesta Ordem. Aliás, oxalá que fossemos todos bons aprendizes e o continuássemos a ser por toda nossa existência. Muito do mundo seria certamente muito melhor. Por esta razão, imploro a Deus, que Este me ajude a ser um Aprendiz activo e inteligente, como também Lhe imploro, que me dê a necessária abnegação para envidar todos os esforços no sentido de progredir iluminadamente no caminho da Verdade e na senda da Virtude. Com esta preciosa ajuda Divina, sei que virei a realizar e a por em prática a Doutrina Iniciática que se encontra escondida e nos é revelada no simbolismo deste grau. Ser Aprendiz Maçom, é sem dúvida muito melhor que ostentar o mais elevado grau maçónico, permanecendo na mais odiosa e destruidora ignorância dos princípios e fins sublimes de nossa Ordem.

Compreender efectivamente o significado dos símbolos e das cerimónias que constituem a fórmula Iniciática deste grau, é muito melhor que sair prematuramente dele, ou desprezá-lo sem o ter compreendido. Assim, enquanto a minha capacidade de apreender esteja latente e o meu espírito esteja receptivo às experiências da vida e aos ensinamentos que de algum modo continuadamente receberei, serei sempre um aprendiz.

Em suma, é a nossa mente aberta, e a intensidade do desejo de progredir, que determinam a capacidade de aprender. São estas sem dúvida as qualidades que caracterizam o Aprendiz e o distinguem do profano, seja dentro ou fora da Ordem. No profano, (maçonicamente) prevalecem a inércia e a passividade, e, se existe um desejo de progresso, uma aspiração superior, encontram-se como que sepultados ou sufocados pela materialidade da vida, que o converte em escravo dos seus próprios vícios, da sua necessidade e das suas paixões. Pelo contrário, o estado de aprendiz, é exactamente o contrário, este estado conduz ao despertar do potencial latente que se encontra em cada um de nós, o qual nos produz um veemente desejo de progredir, caminhar para a frente, superando todos os obstáculos e limitações, a fim de tirarmos proveito de todas as experiências e ensinamentos que encontramos em nossos passos.

Assim, toda a nossa vida é para sermos activos, inteligentes e zelosos numa aprendizagem incessante e contínua. Tudo o que encontramos em nosso caminho, pode e deve ser um proveitoso material de construção para o edifício simbólico do nosso progresso e para o Templo que desta forma erigimos, em cada instante, em cada hora e em cada dia ao G.A.D.U.. Tudo é bom no fundo para ser utilizado construtivamente no edifício do Bem, embora se possa ter apresentado sob a forma de uma experiência desagradável, de uma contrariedade imprevista, de uma dificuldade, de um obstáculo, de uma desgraça ou de uma inimizade. Seguindo este caminho de certeza que encontrarei o tesouro da Maçonaria.